
Complicado ter 20 e poucos anos. Divisor de águas. Linha tênue que separa o desbunde adolescente da sisudez adulta. Ta na hora, rapaz, você não pensa em casar? Mas já vai casar? Como está sua carreira? Daqui a pouco pode ser tarde demais, vamos farrear por aí? Você não acha que está velho demais pra continuar fazendo esse tipo de coisa? O que nos sobra aos 20 e poucos anos são dúvidas disfarçadas de cobranças, ou seriam cobranças disfarçadas de dúvidas?
Até alguns segundos atrás a vida parecia tão automática. A pretensão do sucesso era apenas uma miragem no horizonte, e agora o horizonte está logo ali na outra calçada. A falta de experiência amorosa justificava o nosso mergulho em todo tipo de namorico mais-que-perfeito, e agora lidamos com um pretérito imperfeito que nos traz descobertas suficientes para certificar que o amor é muito mais real que a catarse de paixão que procurávamos cegamente, e que a carência é nossa principal inimiga. Nossos pais eram nossos eternos guardiões, a todo o tempo comungavam milagres como a comida que aparecia na mesa e as meias sujas que misteriosamente surgiam limpas e guardadas na gaveta. Agora se tornaram humanos, quase gente como a gente. Ditavam obrigações, e agora a sentença vira quase um conselho. Mas como alguém que até alguns dias atrás chamava intervalo de recreio vai se acostumar fácil com isso?
20 e poucos anos implica em tomar decisões diferentes. Não são mais decisões de uma noite como a roupa certa, o lugar ideal, a garota mais gata (e não que essas decisões tenham sumido, mas saíram do topo da fila para um lugar intermediário). Agora a flecha aponta para inúmeros alvos cujos nomes ainda nos dizem pouco: “arquitetura” “engenharia agrônoma” “especialização em mídia”. A falta de perspectiva que a adolescência nos brindava era uma dádiva e não tínhamos consciência disso. Mas porra, somos jovens e o que falta de preparo sobra em gás, coragem, ímpeto. Ok, desbravamos essa rota. A correria continua, a caravana passa, a sua estrada parece insossa e algumas situações te fazem pensar “eu errei?”. Errar aos 20 e poucos anos devia ser um direito, mas não adianta, os dias nos fazem acreditar que um erro tão absurdo é o equivalente a perder milhões em ações. Há tempo para conserto, mas é mais conveniente pensar que não há, que tudo é movido por urgência e conquistas precoces.
Viver sem pensar em sobreviver, eis o dilema. Alguns amigos se dão bem, outros não, e cheios de pontos de interrogação te acionam. É bom isso. Juntos, nos tornamos mais fortes e 20 e poucos anos é idade em que a força conjunta pode ser determinante para desviar as pedras no caminho. Parece até que a vida se inicia pra valer aqui e neste exato instante. Os 100 metros livres começaram e você foi o único que não escutou o disparo de largada. Tudo fica estático, e medos e incertezas dos 30, 40, 50 anos invadem a sua idade. “Será que vou ficar sozinho?” “Vou poder mudar quando eu quiser?” "Serei feliz com as minhas opções?". Aí um amigo das antigas que ainda não foi atingido por esse desespero imediato te dá o mesmo tapa na nuca de quando tinha 15 anos, e você nota que é possível envelhecer e ainda sim ser o mesmo.
Ideais que nos desmontam: crescer, aprender, lutar, persistir. E a responsabilidade de vencer. Vencer é ótimo quando se sabe exatamante o que seria uma vitória pra gente. Aos 20 e poucos é comum confundir o que o mundo espera da gente e o que esperamos de nós mesmos, ou juntar tudo no mesmo caldeirão e fingir que, seguindo a trilha mais óbvia, seremos o que sempre quisemos ser. Mas calma, não há o que temer, os sonhos não envelhecem. Só precisa torná-los mais práticos, mais palpáveis. Simples? Claro que não. Se tudo fosse tão simples assim, seria um porre. É preciso colhões pra tudo, inclusive pra se perder, e claro, depois deliciosamente se encontrar e fazer do seu traçado o motivo de abrir os olhos todas as manhãs.
Até alguns segundos atrás a vida parecia tão automática. A pretensão do sucesso era apenas uma miragem no horizonte, e agora o horizonte está logo ali na outra calçada. A falta de experiência amorosa justificava o nosso mergulho em todo tipo de namorico mais-que-perfeito, e agora lidamos com um pretérito imperfeito que nos traz descobertas suficientes para certificar que o amor é muito mais real que a catarse de paixão que procurávamos cegamente, e que a carência é nossa principal inimiga. Nossos pais eram nossos eternos guardiões, a todo o tempo comungavam milagres como a comida que aparecia na mesa e as meias sujas que misteriosamente surgiam limpas e guardadas na gaveta. Agora se tornaram humanos, quase gente como a gente. Ditavam obrigações, e agora a sentença vira quase um conselho. Mas como alguém que até alguns dias atrás chamava intervalo de recreio vai se acostumar fácil com isso?
20 e poucos anos implica em tomar decisões diferentes. Não são mais decisões de uma noite como a roupa certa, o lugar ideal, a garota mais gata (e não que essas decisões tenham sumido, mas saíram do topo da fila para um lugar intermediário). Agora a flecha aponta para inúmeros alvos cujos nomes ainda nos dizem pouco: “arquitetura” “engenharia agrônoma” “especialização em mídia”. A falta de perspectiva que a adolescência nos brindava era uma dádiva e não tínhamos consciência disso. Mas porra, somos jovens e o que falta de preparo sobra em gás, coragem, ímpeto. Ok, desbravamos essa rota. A correria continua, a caravana passa, a sua estrada parece insossa e algumas situações te fazem pensar “eu errei?”. Errar aos 20 e poucos anos devia ser um direito, mas não adianta, os dias nos fazem acreditar que um erro tão absurdo é o equivalente a perder milhões em ações. Há tempo para conserto, mas é mais conveniente pensar que não há, que tudo é movido por urgência e conquistas precoces.
Viver sem pensar em sobreviver, eis o dilema. Alguns amigos se dão bem, outros não, e cheios de pontos de interrogação te acionam. É bom isso. Juntos, nos tornamos mais fortes e 20 e poucos anos é idade em que a força conjunta pode ser determinante para desviar as pedras no caminho. Parece até que a vida se inicia pra valer aqui e neste exato instante. Os 100 metros livres começaram e você foi o único que não escutou o disparo de largada. Tudo fica estático, e medos e incertezas dos 30, 40, 50 anos invadem a sua idade. “Será que vou ficar sozinho?” “Vou poder mudar quando eu quiser?” "Serei feliz com as minhas opções?". Aí um amigo das antigas que ainda não foi atingido por esse desespero imediato te dá o mesmo tapa na nuca de quando tinha 15 anos, e você nota que é possível envelhecer e ainda sim ser o mesmo.
Ideais que nos desmontam: crescer, aprender, lutar, persistir. E a responsabilidade de vencer. Vencer é ótimo quando se sabe exatamante o que seria uma vitória pra gente. Aos 20 e poucos é comum confundir o que o mundo espera da gente e o que esperamos de nós mesmos, ou juntar tudo no mesmo caldeirão e fingir que, seguindo a trilha mais óbvia, seremos o que sempre quisemos ser. Mas calma, não há o que temer, os sonhos não envelhecem. Só precisa torná-los mais práticos, mais palpáveis. Simples? Claro que não. Se tudo fosse tão simples assim, seria um porre. É preciso colhões pra tudo, inclusive pra se perder, e claro, depois deliciosamente se encontrar e fazer do seu traçado o motivo de abrir os olhos todas as manhãs.
4 comentários:
Nossaa disse tudo!...é uma dúvida que persegue minha cabeça desde que nasci praticamente!hehe....e aos 18 e poucos me fazem quebrar as caraminholas DA CABEÇA! Realmente concordo "os dias nos fazem acreditar que um erro tão absurdo é o equivalente a perder milhões em ações. Há tempo para conserto, mas é mais conveniente pensar que não há, que tudo é movido por urgência e conquistas precoces."
O problema disso tudo é que o tempo não volta atrás e muitas vezes nos arrependemos do que não fazemos e por não ter arriscado e dado uma de malucooo! Por isso eu digo vamos ser macacos não adestrados!haua
É. Resolvi aparecer.
Pois é. E resolvi comentar.
Talvez vc nem veja este comentário. Ou veja. Não sei se faz parte da sua "rotina de trabalho" conferir periodicamente os comentários dos posts anteriores; se alguém q há mto não aparecia veio correr atrás do prejuízo, ler td q pode e comentar oq lhe viesse à mente.
Não sei pq, mas esse seu texto fez cócegas no meu lado "comentarista". Talvez seja pq me tocou. Talvez me tocou pq eu vivo isso. Talvez vivo isso pq tenho 20 e poucos anos.
Fase estranha a q vivo nas últimas semanas.
Inferno astral?
Não sei.
Vc acredita nisso?
Acho q minha incredulidade foi colocada à prova. [Eu, hein!]
Coincidência?
Melhor [continuar] acreditar[ndo] nisso.
Ai. Acho q é isso.
Obrigada!
Meu lado desconexo [desconexo?] agradece!
Bjos, raparigo!!!
[li_lva = Livia-Madame-Sumida]
Vish! Pra variar, escrevi demais. hauahuhauhuahua
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